Reflexão: “O modelo dos modelos” e sua relação com o AEE
Ivonete Sousa de Moraes
Fazendo
uma análise do texto “Modelo dos modelos” à luz da escola brasileira, podemos perceber
que esta, historicamente, manteve um único modelo de ensino: o conservador e
reprodutor da ordem social, legitimando, assim, práticas pedagógicas
excludentes, sobretudo para com aqueles que, de alguma forma, apresentassem
alguma “desvantagem” social, seja de ordem cultural, étnica, econômica ou necessidades
educacionais especiais.
Hoje, atendendo
ao princípio “Educação para todos”, os sistemas de ensino são chamados a
transformar essa cultura, tradicionalmente, pouco acolhedora, a romper com esses
paradigmas e respeitar e valorizar a diversidade inerente a todo alunado que
dele faz parte. Ou como diria o autor: “talvez
até mesmo para dissolver os modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si
próprio. “(...) eis
que ele se depara face a face com a realidade mal padronizável e não
homogeneizável, formulando os seus “sins”, os seus “nãos”, os seus “mas”.
Assim também deve ser entendida a educação na
perspectiva da inclusão – não existe um modelo preestabelecido de ensinar e de
aprender. Cada aluno aprende do seu jeito, no seu tempo e em seu ritmo e
as estratégias pedagógicas adotadas pelo professor precisam contemplar essas
especificidades. Conceitos ou preconceitos pautados na lógica de agrupar alunos
conforme seus perfis sociais, comportamentais e cognitivos devem cair por
terra.
O Atendimento Educacional Especializado-AEE,
instituído pela Política da Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva se coloca como fomentador do processo inclusivo, na medida em que tem
como um dos seus objetivos eliminar as barreiras que impedem o aluno com
deficiência de se beneficiar no processo escolar, entendendo que “diferenças
são similaridades humanas, desigualdades são socialmente produzidas.”